COSTA, A MÃE, A AVENIDA E A LIBERDADE
O IRRITADO está preocupadíssimo com a situação a que o Costa levou a própria mãe. Segundo confessa, a Senhora queixa-se de já não poder ir à Avenida da Liberdade.
Porquê? Por causa das “reformas” que o seu ilustre rebento introduziu na zona. Mas o rebento esclarece: “o meu objectivo é que as pessoas não vão lá de carro”. Nem a própria mãe, senhora com certeza de provecta idade!
Segundo diz, instalou o caos na Avenida com um nobre objectivo: a defesa da “saúde pública”. É por isso, diz ele, que podemos ir à Avenida, “não podemos é ir de carro”.
Tudo isto seria risível, se não fosse tão estúpido. Há muitos anos, ouviu o IRRITADO dizer a um dos mais ferozes apaniguados do Costa que, se continuassem a subir as cércias da avenida, todas as árvores morreriam. Passaram décadas, as cércias subiram, as árvores lá estão. Aliás, resistem muito melhor aos prédios e aos carros que à ausência de cuidado e tratamento por parte do Costa e da sua câmara. Porque não será o mesmo com as pessoas, é coisa difícil de entender.
O homem quer que as pessoas andem de transportes públicos. Muito bem. O IRRITADO é um fan dos transportes públicos, e usa-os quando não há greve. Mas, se o Costa quer que as pessoas andem de transportes públicos em alternativa aos carros, então melhore os transportes públicos em vez de os pôr às voltinhas no Marquês. Então mude a sinalética do metropolitano, transporte mais complicado em Lisboa que em Londres ou Paris. Então faça alguma coisa para convencer as pessoas, sem precisar de lhes cercear a liberdade, ainda por cima na avenida da dita.
Resta o absurdo de andar a apoiar a pululação de lojas e hotéis de luxo na avenida, e depois contar que os milionários que lá fazem compras vão de autocarro.
O nosso Costa terá uma desculpa, uma vez que parece não ser doido. É que os seus mais próximos áulicos (Roseta e Fernandes, por exemplo) parecem não gozar do juízo todo.
Só mais um pequeno apontamento. Para se “justificar”, o nosso homem, à semelhança dos camaradas Castro e Chávez, fez, à nossa custa, um discurso de duas horas! Muita gente deu à sola antes do fim. Mas todos foram para casa com noventa páginas de gabarolice, devidamente ilustradas com fotografias e gráficos. Valha-nos isso.
8.6.13
António Borges de Carvalho