FORÇA CRATO, PORRA! Paráfrase da cultura docente
Uma manada de “professores”, segundo fotografia de primeira página de um jornal de hoje, ostentava um cartaz gigantesco em que se lia “deixem-nos ensinar, porra”, sendo que o porra ocupava, garrafalmente, dois terços da pancarta.
Às vezes é bom que estas coisas sejam assim, ordinárias, rascas como quem as escreve, para que as pessoas tenham uma noção mais clara de quem temos pela frente. Gente dominada, arrastada, usada ditatorialmente por um agente do comité central do PC, putativo ensinante da instrução primária que há décadas não ensina nem trabalha, se é que alguma vez ensinou ou teve alguma coisa para ensinar, se é que alguma vez trabalhou fora do partido ou do sindicato, jumento rasca e teimoso, feio e mau. Pode ser que esta gente perceba no que está metida e onde nos mete.
Todos apertamos o cinto mais do que alguma vez pensámos vir a apertar. Com o descalabro da Europa, apertaremos ainda mais, ninguém sabendo onde isto vai parar, se é que vai parar.
Mas os chamados professores não, porra! Eles estão acima da crise, acima dos demais funcionários públicos, acima de nós todos. Não há quem não tenha que sofrer, à excepção, é claro, dos ditos professores, gente de primeira, autênticos aristocratas no pior sentido do termo.
Sua excelências, às ordens do ferocíssimo camarada dos bigodes, marcaram uma greve para um dia em que já sabiam que ia haver exames. Sem escrúpulos, sem noção das responsabilidades, sem respeito por nada nem por ninguém. E mantêm-na. Na sua maneira de pensar, aliás seguida por uma chusma de tipos que, se não são parvos são vis, o governo é que devia adiar os exames, como se os tivesse marcado depois do pré-aviso de greve! Tudo o que não for ceder à horda é um “atentado” contra o sacrossanto direito à greve! É demais.
Não cedas, Crato, porra! Não cedas! Mostra a essa gente que a democracia existe, que ainda não chegámos à bagunça política, nem à anarquia, nem estamos interessados em dar ao bigodes o poder que ambiciona. Defende a democracia, defende a legitimidade, defende o ensino, defende quem estuda, defende-nos, porra!
Não deixes que nos ofendam mais.
13.6.13
António Borges de Carvalho