NOTAS
“Notas do exame de português do 12º ano igualam pior resultado de sempre”, reza um destaque do “Público”.
Uma chatice, não é?
O IRRITADO não sabe de quem é a culpa do triste acontecimento. Mas pode consultar algumas costumeiras personalidades, para saber de quem a culpa não é.
A culpa não é, evidentemente, dos professores, muito menos das greves que passam a vida a fazer. A culpa não é do bigodes, ilustre instituteur, que há mais de vinte anos não trabalha, se é que alguma vez trabalhou a não ser nas actividades de agitação de que o comité central o encarregou. A culpa não é dos meninos e meninas, que estudam português em textos impenetráveis e mal escritos pelo senhor Saramago. A culpa não é da cabulice, uma vez que os cábulas não passam de vítimas dos traumas funcionais que o governo lhes causa. A culpa não é dos jornais nem das televisões, cujos agentes passam a vida a dar pontapés na gramática.
As mesmas fontes garantiram ao IRRITADO que a culpa é do neoliberalismo, da economia de casino, do Crato, da direita, da tróica e, aprofundando mais o pensamento, dos drones, do Obama, do Gaspar e dos ataques sofridos pelo estado dito social.
12.7.13
António Borges de Carvalho