NENHUMA CONCLUSÃO
A primeira parte da monumental salganhada que o Presidente nos arranjou parece estar a chegar ao fim.
Se houver acordo, o que é por demais improvável, o que nele estiver só será exequível se a troica deixar. Os milhares de milhões continuam a não poder deixar de ser cortados, o número de funcionários públicos não poderá deixar de ser reduzido, etc. Ficaremos no domínio dos desejos do oco, isto é, no terreno do impossível, ou da ruína final. Se não houver acordo, então o Presidente tem que meter a viola no saco, isto para não entrar no domínio do mais completo e inconstitucional dos sarilhos alternativos, ou seja, é capaz de inventar mais alguma desgraçadíssima catraca. Por exemplo, o tão falado governo presidencial, coisa absolutamente anti constitucional. Mas, já que a loucura é possível, porque não um tal governo? O que vai na cabeça do presidente do TC, o mais poderoso oposicionista do país, é coisa de que só se espera o pior.
A história das eleições antecipadamente antecipadas também é coisa que jamais coube na cabeça fosse de quem fosse. Manter o governo na “plenitude dos seus poderes constitucionais”? Como, se a prazo? Aceitar a remodelação proposta, única coisa decente a fazer, como?, se o PR está de candeias às avessas com o Portas – diga-se que com razão – ainda que questões de birras não devessem fazer parte do processo de decisão.
No PS, a burricada está num frenesi dos diabos. Querem crise, querem agarrar o poder seja como for (chamam-lhe eleições, mas a palavra está mal aplicada). Os camaradas Alegre e Soares, sem dar por que estão muito mais mortos do que dizem estar o governo, atiram as suas diárias bojardas de sociedade com o servilismo sensacionalista dos media.
Há quem mereça ser “remodelado”? Com certeza, a saber: o Presidente, o Soares, o Alegre, o Pereira, o Campos e tantos outros. Note-se que o oco, que não está neste ramalhete, é o que é capaz de ser remodelado mais depressa!
Conclusão? Nenhuma.
19.7.13
António Borges de Carvalho