FEITOS AO BIFE
Numa pequena local, hoje publicada, leio: “O banco central da Irlanda recomendou ao governo… que é apoiado por uma coligação entre conservadores e trabalhistas, que mantenha o ‘rumo da sua política de austeridade’ nos próximos dois anos através do corte de 5.100 milhões de euros”.
A Irlanda, tida por grande triunfadora dos “programas de ajustamento” é, em termos dimensionais e populacionais, cerca de metade de Portugal. Não se vê, nem ouve falar, em guerrilhas contra o corte de 5.100 milhões em dois anos, como não se ouviu nenhum sururu quando, por exemplo, à cabeça, o Estado cortou os salários públicos em 15 por cento. Nem se vê que uma coligação conservadora/trabalhista tenha qualquer dificuldade por causa disso.
Por cá, é o que se sabe. Acordo para negociar alívios com a troica, nem pensar! Um corte de 4.500 milhões, jamais! Acabar com o governo, já! Estabilidade, uma gaita! “Salvação nacional” - uma expressão idiota-, não queriam mais nada?
É nisto que vivemos. Enquanto alguém inteligente e sério não tomar conta do PS, estamos feitos ao bife.
27.7.13
António Borges de Carvalho