UNS DEMOCRATAS!
O Bloco de Esquerda tem-se notabilizado pelas suas exigências "morais", pelo revolucionarismo serôdio do camarada Louça, pelo histerismo gritante da gordinha meia-leca, pelo "cristianismo" impuro do Pureza, pela linguagem soviética do marido político da pequena.
O mais notável, porém, é a tendência de oportunismo burocrático e de severidade interna, tipo centralismo "democrático", que norteia a organização.
Lembremos a "mão firme" que levou à "expulsão" do "independente" Fernandes*, por intoleráveis desvios doutrinários. Lembremos a enorme quantidade de deputados de que a camarilha se tem servido ao longo das diversas legislaturas. Tudo legal! Sim, tudo legal, o problema é que já se chegou ao ponto de haver mais deputados bloquistas que ninguém elegeu do que efectivamente eleitos.
Desta vez o centralismo entrou em paranóia. Uma senhora quialquer, muito conhecida lá em casa, vai substituir outra. Era a sua suplente? Não. Houve 14 candidatos que, segundo a lei, estariam antes da nova "estrela". Todos eles, coitadinhos, se declararam "impedidos" de tomar parlamentar assento.
Que quer isto dizer? Várias coisas. Por exemplo, que quem se vai sentar não só não foi eleito mas estaria em 16º lugar numa lista qualquer. Por exemplo, que o Bloco abusa miseravelmente da lei, como outros socialistas, tipo Sampaio. Por exemplo, que não há no Bloco qualquer sombra de democraticidade que se possa sobrepôr à disciplina interna na sua versão mais leninista. Por exemplo outras coisas que não valerá a pena referir, que os tipos já me tomaram tempo a mais.
27.8.13
António Borges de Carvalho
* Quanto ao Fernandes, saiu-lhe a sorte grande. Pendurou-se no Costa, e continua pendurado. É como o Tavares, que também se zangou com o Louça, e lá está sentadinho no Parlamento Europeu, à espera que o PS o leve ao colo para outro mandato. Grandes democratas!