GRANDE ENRASCADA
No Verão, houve uma série de boas notícias. De repente, as boas notícias deixaram de estar “a dar”, substuídas que foram por outras, essas más, que muita alegria têm dado ao PC, ao BE e ao seu actual congénere, o PS do oco.
Motivos para a alta dos juros? É preciso realizar que os tão odiados mercados mais não são que bancos, seguradoras e sociedades gestoras de fundos, sobretudo de pensões. São, por isso, responsáveis directos pela aplicação rendosa dos dinheiros que lhes foram confiados, principal e maioritariamente por trabalhadores que a eles confiaram as suas poupanças com vista a uma reforma decente. Em Portugal, com raras excepções, as coisas não se passam assim. O socialismo nacionalizou o dinheiro que as pessoas tinham confiado à gestão do Estado (à Previdência e à Segurança Social), e o Estado socialista tratou de esbanjar o que nacionalizou, pagando milhões e mais milhões a quem jamais poupou um chavo para o efeito e gastando para fins que nada têm a ver com os dos legítimos proprietários das poupanças.
Assim, os mercados desconfiam. Se desconfiam, sobem os juros.
A isto, acresce que a estabilidade política, que era um dos trunfos do país, foi abalada pelas brincadeiras do Portas (não esquecendo o fugitivo Gaspar) e, desde há muito, pela monstruosa irresponsabilidade do Partido Socialista.
Assim, os mercados desconfiam. Se desconfiam, sobem os juros.
A cereja em cima deste bolo mal cheiroso é a Constutição e quem a interpreta, o ominoso Tribunal Constitucional que, incapaz de a usar a benefício do país, vai traindo o futuro como o socialismo exige.
Assim, os mercados desconfiam. Se desconfiam, sobem os juros.
Mexer na meta do défice? Nem uma só alma acredita que empurrar o problema com a barriga possa ter um efeito positivo. Renegociar o acordo? Com que argumentos se o principal partido da oposição recusa tudo e mais alguma coisa e é capaz de achar que faria melhor? Alguém, alguma vez, em Portugal, teve o desplante, a lata, a capacidade de aldrabar suficientes para dizer que acaba com a austeridade, que paga tudo o que é devido a cada um, que afina a economia, que garante tudo a mais alguma coisa como se tivesse um mínimo de meios para tal?
Infelizmente, compreende-se a disposição dos mercados. Não vale a pena chamar-lhes nomes. Chamem nomes à UE, ao BCE, ao idiota que é, agora, o chefe do euro, a quem quiserem. Os mercados, esses, não são anjos nenhuns, não senhor, mas estão a tratar da vidinha de quem confiou neles.
Entende-se. O PS é que não se entende.
24.9.13
António Borges de Carvalho