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irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

irritado (blog de António Borges de Carvalho).

O SOCIALISMO É A FILOSOFIA DO FRACASSO, A CRENÇA NA IGNORÂNCIA, A PREGAÇÃO DA INVEJA. SEU DEFEITO INERENTE É A DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DA MISÉRIA. Winston Churchill

CONTAS DE SOMIR

 

Anda toda a gente indignadíssima com os cortes. Com razão. Ninguém gosta de levar com uma brutalidade de impostos em cima, ainda menos que lhe cortem no ordenado ou na reforma.

Uma coisa é a justa indignação e o decréscimo de qualidade de vida. Outra são as contas que se anda para aí a fazer.

Unanimemente, ou quase, diz-se que as pessoas fizeram um acordo com  o Estado, e que o Estado está a faltar ao cumprimento de tal acordo. Em que consistia? Dizem as pessoas que, se descontaram, têm direito a receber o que pensavam que iam receber. Será justo, mas é primitivo.

A esquerda, que é contra tudo o que seja capitalização, berra que a Segurança Social e a CGA não pagam o que pagariam em caso de capitalização. Nada mais falso.

No caso da SS, aquando da fundação, pelo Prof. Maecelo Caetano, do chamado Estado Social, as contribuições para a Previdência passaram a ser “geridas” pelo Estado, que alijou a responsabilidade da tal gestão (do dinheirinho de cada um) em favor de prestações sociais, por exemplo para os chamados “não contributivos”. Veio o socialismo e, como é da cartilha, achou muito bem. Veio o Guterres e desatou a dar prebendas a torto e a direito, de inserção, disto e daquilo, dando a uns o dinheiro que outros tinham pago. Chamou-se a isto “redistribuição”, “igualdade”, e outros eufemismos próprios da ideologia.

Com o dinheiro dos que agora protestam mas não perceberam o que se estava a passar, o socialismo “distribuiu” o cacau que julgavam que era deles, mas já tinha deixado de ser.

Com a CGA o caso é ainda pior. Os funcionários descontavam, é certo, mas o restante – a parte do patrão, a parte de leão – era pago pelos impostos de todos, não só pelos dos funcionários. Aceite-se. O problema é que, feitas as contas à soma das contribuições e aplicando regras básicas de capitalização, certo é que jamais os funcionários fariam jus às pensões que têm.

É evidente que este Estado Social não podia deixar de dar com os burrinhos na água, ou seja, não podia deixar de chegar ao estado a que chegou. E, pelo andar da carruagem, a estação final ainda está para vir, se é que haverá uma estação final.

Bem podemos protestar, rabiar, fazer manifestações de repúdio e indignação, bramar contra a troica, o capitalismo, o “liberalismo”, etc..  Não vale a pena perder tempo com esse tipo de folclore.

Se houvesse a tal “solidariedade europeia”, e se a economia deitasse a cabeça de fora vinte vezes mais do que parece estar a deitar, talvez as coisas pudessem tomar um rumo decente. Mas não há nem solidariedade europeia nem economia que se veja.

A única coisa que podemos fazer é cortar também na nossa vidinha, e tentar preparar-nos para o pior.

Sursum corda! Não vos deixeis abater, irmãos meus.

 

25.10.13

 

António Borges de Carvalho

3 comentários

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    irritado 27.10.2013

    Começando pelo fim, já estou a ser levado há muito, e sei que vai ser pior. Resta saber até onde isto me levará. A diferença é que tenho mais consciência do que quem muito protesta, a bem do protesto e de mais nada.
    Aceito que o "sistema" está cansado e tem sido entendido de forma oportunista e ruinosa. Precisa de "reforma". Uma reforma que nos faça regressar à libedade "refundada" por Reagan e Tatcher, que de tantos abusos vem sofrendo. Eles queriam acabar com o socialismo mas o socialismo não morreu porque, como diria aquela Senhora "o dinheiro dos outros ainda não acabou".
    V. esquece a glpbalização, um dia acusada de manobra do mundo capitaista. Se o foi, saiu o tiro pela culatra. Vieram os BRICS, as deslocalizações sem freio, etc.
    Veja que a Holanda, rica, próspera, democrática, justa, acolhedora, etc.. Está, como os outros, em recessão. A primeira coisa que fez foi declarar que o Estado social estava no fim.
    Por cá, a verdade oficial, constitucional, correcta, diz o contrário, quer dizer, parte do princípio que todos devemos ser dependentes do Estado e que o Estado é um poço sem fundo, sempre cheio de dinheiro.
    Dizia-se que era preciso "libertar a sociedade civil". Resta saber como se liberta uma sociedade que não quer ser livre e que prefere viver de ilusões, acusações e absurdos.
    Nos regimes ditatoriais, é costume arranjar um inimigo para justificar o que se passa, seja lá ele quem for, ou por que for. Às vezes, parece-me que é o que se passa com muita gente...
  • Sem imagem de perfil

    Filipe Bastos 28.10.2013

    Os primeiros a assumir que o Estado é um «poço sem fundo, sempre cheio de dinheiro» foram justamente os POLÍTICOS: foram eles que o estouraram, e endividaram o país à tripa-forra.

    Todos quiseram obrar à grande, comprar à grande, chular à grande. Não quer uma lista, incluindo o seu caro Santana, pois não?

    Mas o problema de fundo é que nunca haverá dinheiro suficiente, com ou sem "Estado Social", num sistema baseado em dívida e em crescimento perpétuos.

    Eu sou um banco, ou os "mercados" se preferir. Empresto-lhe 100, e V. tem de pagar-me 150. ESTES 50 ADICIONAIS - OS JUROS - NÃO EXISTEM. E V. não pode inventá-los, como a Banca!

    Logo, só pode ir buscá-los à economia real, que vai minguando até falir. E depois paga-me como? Endividando-se ainda mais!

    Pode cortar o que quiser, ter o país a pão e água, e só irá cavar mais dívida. Porque O DINHEIRO DOS JUROS - tal como 90% do dinheiro que circula nos "mercados" - NÃO EXISTE, NUNCA EXISTIU. A "reestruturação da dívida" é tão-só acabar com esta loucura deliberada de fingir que existe.

    É assim em Portugal, nos EUA, na Holanda, em todo o lado. Não vê isto? Não vê que todos devem quantias astronómicas, fora de qualquer realidade?

    Já falámos disto 20 vezes, e o Irritado não quer ver. Nem sequer menciona a Banca.

    Que diabo, basta ver a partir dos 07m20s:

    http://www.youtube.com/watch?v=f7cJ_ZBiU-I
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