ASNEIRAS TELEVISIVAS
O IRRITADO recebeu com contente esperança a subida ao governo do ministro Maduro. Entregue que lhe foi essa batata quente que se chama RTP, eis que a desilusão é total.
Da cabeça do Relvas, nos gloriosos tempos em que se dedicou a desacreditar o governo, sairam umas dúzias de “soluções” para o problema, qual delas mais maluca. Agora, com Maduro, as madurezas continuam.
A insustentabilidade do monstro público que se chama RTP foi o mote para tudo, isto é, o problema foi posto de pernas para o ar, aliás como muitos outros. Deveria ter-se começado por pensar se se justificava a mera existência de tal coisa. É este o problema, muito antes do cancro financeiro que é e que, de uma maneira ou de outra, se alimenta do dinheiro de milhões de pessoas... que precisam tanto da RTP como de um ataque de bexigas. Se as coisas fossem pensadas assim, ou em termos de custos/benefícios, a única solução lógica era acabar com aquilo de uma vez por todas. Não se perdia nada. Mesmo considerando que, nalgumas áreas, haverá na RTP algo a que se possa chamar serviço público, não faltaria quem se interessasse por prestá-lo!
À revelia de toda a lógica, o ministro Maduro amadurece a sua “solução”, cuja cereja no cimo do bolo é a promoção de “produção própria”. Um governo que é acusado pela nacional estupidez de ultra neo hiper super liberal, onde cabe a ideia de entrar no mercado da produção? Ainda por cima mantendo-se o imposto na conta da EDP! Nada mais próprio do socialismo!
É evidente que a inteligentsia da esquerda defende como um cão danado que continuemos a pagar um serviço de que não precisamos, que é inútil, obsoleto e caro. Mas, no pensamento da esquerda, poderá, um dia, servir de trombone de propaganda, não é? Que outro motivo válido para tanta insensatez?
Já que o Relvas andou para trás e para diante e de diante para trás nestas matérias, não tendo sido por isso que acabou por se ir embora, talvez o ministro Maduro ainda tenha oportunidade de emendar a mão.
21.11.13
António Borges de Carvalho