EXÉQUIAS
As homenagens a Mandela são justas, mas, de tão repetidas, já cheiram mal.
O homem soube passar do confronto ao diálogo, da guerrilha à paz, da turbulência ao bom senso. O mundo deve-lhe esse exemplo. Mas ter a medida das coisas é difícil, não é?
Punhamos os pés na terra.
Primeiro, não esquecendo De Klerk, que, tendo a força e a inércia do seu lado, acreditou e soube arriscar, sendo tão herói quanto Mandela.
Segundo, não esquecendo que os seus “herdeiros” antigo prisioneiro pouco ou nada têm a ver com ele, não se sabendo se a África do Sul é hoje, ou não, um barril de pólvora mais explosivo do que era durante o apartheid.
Os sucessores de Mandela são mais parecidos com o Mugabe que com o “pai”. Alguém duvida?
12.12.13
António Borges de Carvalho