MON AMI CHÁVEZ
Em mais uma arrancada altamente socialista, o Presidente(ex) Soares veio brindar o povo com a sua doutrina.
Entre os mimos produzidos, dois há que merecem especial referência.
Na opinião de Soares, o ilustre Presidente Putin é um tipo formnidável, que mais não faz senão re-erguer uma Rússia que foi injustamente humilhada após o colapso do comunismo. Compreenda-se o Putin. Só não se compreende é como um defensor dos “direitos humanos” e de outras bandeiras afins, é capaz de ignorar as actividades policiais do homem.
O fantástico Chávez continua a fazer as delícias do seu camarada Soares. Ele é uma espécie de luz que vem iluminar a América do Sul e o mundo. Fecha uma estação de televisão que lhe não é afecta? E faz muitíssimo bem! Primeiro, porque não se tratou de um encerramento, mas sim de uma não renovação da concessão. Segundo, porque tal estação, na medida em que era contra o governo, “incitava à violência”. Lapidar! Para defender o socialismo, na mente privilegiada do senhor Soares, vale tudo.
Haverá quem diga que o homem está gágá. Nada mais falso. O homem está mais que lúcido. Não deixou de ser socialista, e o socialismo, diz-lhe a experiência, só vinga em ditadura. Por isso, vá de louvar os ditadores.
Nem de propósito, no dia seguinte à publicação da sua arrancada doutrinária, o amigo Chávez vem propôr, por via constitucional, o prolongamento sine die do seu poder. Aguardo com justificada expectativa a reacção de Soares a mais esta magnífica iniciativa do seu amigo.
O secretário Braga, outro feroz adepto de Chávez (até o convidou para vir a Portugal, lembram-se?), deve estar felicíssimo. Pinto de Sousa (Sócrates) agradece, penhorado, este tipo de iniciativas.
Tudo fica no melhor dos mundos. O senhor Soares continuará a ser uma “referência” da República. O secretário Braga continuará a dizer as maiores alarvidades, seja sobre o encerramento dos consulados, seja sobre a excelência do ditador venezuelano. O senhor Pinto de Sousa continuará a admirar o camarada Soares e a pagar o ordenado ao camarada Braga. Querem melhor?
António Borges de Carvalho