UM PAÍS DO CARAÇAS
O Portas (o comunista, não o outro) veio, como é do conhecimento público, defender, em termos encomiásticos, a acção dos piolhosos no Algarve.
Para o distinto intelectual da esquerda caviar, destruir uma cultura legal e séria é procedimento de louvar e exemplo a seguir. Coisa que goza do apoio e do elogio do tratante.
A isto chama-se, em termos penais, “apologia pública de crime”. É punível com prisão, nos termos da Lei.
Não se sabe o que o procurador Pinto Monteiro fará a este respeito, de tão ocupado que anda a investigar denúncias anónimas, não provadas e reveladoras de intromissão em matérias que são segredo de justiça. Talvez fosse de lembrar ao senhor em causa, já que parece andar esquecido, que o incitamento e o elogio do crime é crime também, e crime público, que lhe compete perseguir e acusar. Ainda por cima, sendo a prova do crime pública e notória.
É também público e notório o desinteresse do senhor Pinto de Sousa (Sócrates) pelo que se passou no Algarve. Nada que o excitasse ou levasse a qualquer declaração pública, de mera indignação que fosse. Para o primeiro Ministro é mais importante um monitor que se entrega a uma escola que uma seara destruída por vândalos piolhosos. Mais. O primeiro ministro está-se nas tintas para o facto de terem aparecido dois guardas republicanos no local do crime, os quais agiram “proporcionadamente”, isto é, deixaram em liberdade criminosos apanhadas em flagrante delito, o que é, em si, ilegal e perigoso.
E é assim que vivemos. O Portas (o comunista, não o outro) incita ao crime. O chefe dos procuradores, em vez de o processar por pública e notória ofensa à lei penal, marimba no assunto. O corpo policial encarregado de prevenir o crime não só não actua em conformidade como ainda vem declarar que fez o que devia. O primeiro ministro borrifa. O ministro da pasta, conhecido trânsfuga do Tribunal Constitucional, não só borrifa como elogia a prestação da Guarda Republicana.
Estamos ou não num país do caraças?
António Borges de Carvalho