TUDO BOA GENTE
Na douta opinião dos serviços secretos (SIS):
a) Os piolhosos que destruíram uma plantação no Algarve são uns tipos inofensivos;
b) O organização eufémia não existe;
c) Alguns dos piolhosos estão referenciados como pobres anarquistas, incapazes de fazer mal seja a quem for.
Segundo a polícia:
d) O líder do inexistente movimento não é líder de coisa nenhuma;
e) O reconhecimento da existência de um porta voz não implica a existência daquilo de que ele se diz porta voz.
Segundo o porta voz da inexistente eufémia:
f) Há uma organização, de seu nome GAIA (será do Menezes?);
g) Essa organização não tem nada a ver com o vandalismo.
Segundo os jornais:
h) A GAIA é paga pelos contribuintes (até têm instalações de borla) através de uma universidade qualquer;
i) Entre os nobres objectivos desta organização encontram-se o de fazer casas de adobe e o de cagar ao ar livre.
Como se vê, nada que o SIS, ou as polícias, possam considerar de relevo.
Segundo o Conselho Editorial do Irritado, o relatório final sobre os acontecimentos do Algarve, a apresentar pelo irmão Pereira, poderá vir a rezar:
j) Que ninguém é culpado;
l) Que as organizações apontadas como responsáveis, ou nunca existiram, ou são impolutas agremiações de boas vontades, merecedoras do apoio moral e financeiro do Estado;
m) Que os vândalos jamais existiram;
n) Que o dono da propriedade destruída é um canalha que inventou a coisa para se tornar notado e receber umas massas da UE;.
o) Que o grupo que destruiu umas miseráveis maçarocas de milho, eventualmente para matar a fome, era constituído por alguns paranóicos fugidos de um manicómio de Tegucigalpa, o qual foi repatriado por forças especiais das Honduras;
p) Que não há que investigar, nem acusar, muito menos condenar seja quem for;
q) Que ninguém será referenciado, sequer a benefício de inventário;
r) Que há fundamentadas dúvidas sobre se alguma vez algum milho foi destruído.
Tudo boa gente.
António Borges de Carvalho