VIVA SCOLARI!
Um díscolo qualquer ataca, no fim de um jogo de futebol, um jogador adversário. Gera-se a confusão. Quando, no meio dela, o mesmo animal se prepara para tirar desforço de mais gente, o senhor Scolari trata de o afastar com um murro, tendo o cuidado de lhe não acertar (foi pena).
Um castelhano qualquer lança, urbi et orbe, uma diatribe rasca contra o senhor Scolari. O díscolo faz o mesmo.
Lá fora, as imagens, devidamente manipuladas, correm mundo. Para muita gente, é uma oportunidade de eleição para pôr fora de campo um adversário de respeito.
Por cá, à boa maneira do nacional-fadismo, a imprensa, a televisão, os “líderes” de opinião, são unânimes: o senhor Scolari é uma besta, merece os mais rebuscados castigos, nacionais e estrangeiros.
Quando o castigo chega, resultado óbvio das acções das diligentes criaturas, as mesmíssimas diligentes criaturas caem em si: que é demais, que é muito duro, que é a forma cirúrgica de deixar a equipa sem rumo no que resta do apuramento para o campeonato. O nacional-fadismo de novo em acção.
O Irritado, do seu humilde púlpito, manda um abraço de parabéns ao senhor Scolari. Haja o que houver, fez muito bem!
António Borges de Carvalho