ONDE ESTÁ O ZÉ?
O senhor Isaltino tinha feito um trato com o governo para vir a albergar, nos seus domínios, o (novo) Instituto Português de Oncologia.
O senhor Rodrigues não se dera por achado. O Instituto que se fosse. A Câmara não se preocupava com o assunto.
Veio o senhor Costa. Vai daí, anuncia que, afinal, para colmatar mais esta demonstração de incompetência do seu antecessor, o IPO ia continuar em Lisboa. Onde? Nem mais nem menos que no Parque da Bela Vista, que verá uns hectarezitos urbanizados segundo as necessidades.
Genial. O Costa recupera, para mais um grande empreendimento imobiliário, o terreno do actual IPO. Vende os lotes a uns patos-bravos, faz uma pipa de massa. A coisa nada custa, isto é, custa os tais hectarezitos de parque, coisa de somenos. Que importa? Isso de zonas verdes era treta da campanha eleitoral, não era?
Nisto tudo, o que não se percebe (ou percebe-se bem demais) é onde está o Zé, para já não falar do seu esverdeado guru, o senhor Telles. Então. E as árvores? Os pulmões da cidade? O plano verde? A qualidade do ambiente? Onde está essa trampa toda? No lixo? E o Zé não protesta?
É tal a sanha do Zé e dos do bando de esquerda para chagar ao governo, que deitam fora tudo o que apregoaram. O guru, esse, se calhar está a fazer-se para ficar com os arranjos exteriores do novo IPO e da nova urbanização (não foi o que aconteceu com o Corte Inglês?).
O senhor Pinto de Sousa (Sócrates) era um acérrimo carrasco das arrancadas da dona Manuela, quando esta recorria a receitas extraordinárias. Que estava dar cabo da economia (nunca ninguém percebeu porquê, mas era o que o fulano dizia), que estava a arranjar remédios conjunturais que nada remediavam (também não se percebe como é que as receitas extraordinárias não entravam nas contas, mas era o que o fulano dizia) e por aí fora. O Zé y sus muchachos eram da mesma opinião.
Agora, o Costa anuncia que vai vender 160 milhões de euros de património municipal. O senhor Pinto de Sousa (Sócrates), pelos vistos, acha muito bem. E o Zé, onde está? E os muchachos, onde estão?
A resposta é fácil. Estão todos à espera de um lugarzinho no governo em 2009. Se não for antes.
Até lá, muitas palmas e bico calado. Faz-se umas rábulas parlamentares para acalmar as hostes, mas é só pirotecnia. Não se deve perder de vista o essencial.
António Borges de Carvalho