SARKÔ
Antes das presidenciais francesas, o Irritado pensou, e escreveu, que, do ponto de vista do que mais nos interessa (a política externa), “Sêgô” ou “Sarkô” eram uma e a mesma coisa. A política externa francesa, com a esquerda ou com a direita, não mudaria um milímetro.
Há muitos anos que o nariz arrebitado do general De Gaulle fazia escola e chateava meio mundo, apesar das mudanças internas que se iam sucedendo.
Parece, porém, que o Irritado se enganou. Dá a mão à palmatória.
Sakozy, goste-se ou não do que anda a fazer, tem a desfaçatez da juventude e a coragem das convicções. A França parece ter percebido, com ele, onde estão os seus interesses, os seus objectivos, as suas convicções de base, quem são os amigos e quem são os inimigos de todos nós.
O futuro dirá se Sarkozy é sincero. De momento, parece que as coisas estão no bom caminho. E que, eleito um novo Presidente nos EUA, poderemos voltar a ter esperança num Ocidente que se reconheça de novo e que saiba “empurrar” o mundo para melhores dias.
António Borges de Carvalho