PONHA-SE A PAU!
Segundo fotocópia de uma cartinha registada das finanças que me mandaram de Estarreja, trinta dias depois de findar o prazo para pagamento do IRS, exactamente trinta dias depois, o Estado manda ao contribuinte um aviso.
Engana-se, se pensa que se trata de uma insistência para que pague o que foi determinado que pagasse. Erra, se pensa que se trata de informar do valor dos juros vencidos (12% ao ano!!!), ou de quanto pagará se pagar até ao dia tal.
Nada disso. As finanças escrevem a dizer que foi, ao horrível prevaricador, instaurado um processo de execução fiscal, e que tem trinta dias para pagar. Passado este prazo, ou presta garantias ou ser-lhe-ão penhorados bens ou direitos existentes no seu património. Além disso, o mais provável é que o nome do repugnante destinatário do registo venha a ser incluído na lista pública de devedores.
O abominável díscolo terá ainda que pagar as custas do processo, coisa que, no caso do papel que tenho à minha frente, ronda os cinquenta euros. É quanto vale, para o estado socrélfio, a emissão automática de uma carta por um computador!
Portanto, se V.Exª estava à espera do subsídio de Natal para poder pagar o que lhe é exigido, como acontece com milhares e milhares de desgraçados, desiluda-se. Quando o receber, já lhe devem ter saltado em cima do serviço de chá, das arrecadas da cara-metade, ou da serigrafia do Cargaleiro.
Agora, pense no que sucederia se o estado socrélfio lhe devesse alguma coisa, e veja o que é a Justiça nas mãos deste gente.
António Borges de Carvalho