AMIGALHAÇOS
O senhor Pinto de Sousa (Sócrates), com a indispensável pompa, receberá o camarada Chávez no seu palácio. Os amigos são para as ocasiões. Em notável manifestação de solidariedade ibérica, Pinto de Sousa (Sócrates) aproveita a oportunidade da baixa nas relações da Espanha, entalada entre a dignidade nacional e os interesses do socialismo, para mais uma manifestação de solidariedade e apoio ao ditador comunista da Venezuela.
A imprensa socrélfia vai dizendo que se trata de um líder democraticamente eleito e referendado, por conseguinte merecedor dos mais altos encómios. Não se lembra a imprensa socrélfia, nem o senhor Pinto de Sousa (Sócrates), nem o senhor Soares (Mário), nem o secretário Braga (emérito chavista) de que o caridoso Adolfo Hitler também foi eleito democraticamente, também andou a distribuir dinheiros pelos seus súbditos, também tinha, do seu país, a ideia de liderar o continente, também, também, também. Não se lembra a imprensa socrélfia de que a essência do poder democrático jaz nos limites desse poder.
É evidente, para quem tenha recebido algumas lições da História, que a história é sempre a mesma. Demagogia, populismo, distribuição de benesses, até à inviabilidade final, seguida da mais horrível ditadura, da invenção do inimigo externo para justificar o falhanço interno, às vezes com a acrescida desgraça do indefinido prolongamento do poder tirânico.
Haverá sempre quem apoie esta gente, por interesse, por cobardia, por estupidez. Desta vez, a desculpa são os portugueses que por lá vivem, carne para canhão a disfarçar os negócios que o senhor Soares (Mário) vem apadrinhando, como se não fosse evidente que, na hora da verdade, quando se acabar o dinheiro para deitar à rua, o senhor Chávez mandará os parceiros às urtigas e se vingará nos tais portugueses, infelizes vítimas das amizades do senhor Pinto de Sousa (Sócrates) e dos seus amigos.
Bem faz o Doutor Cavaco em manter-se à distância.
Lado a lado com o senhor Pinto de Sousa, o PC prepara-se para enviar as suas tropas para a rua, para, em demonstração do mais pletórico entusiasmo, receber o fulano com honras populares. Admita-se o entusiasmo pêcêpista. Poucos, como o Chávez, andam para aí a prometer o socialismo. E, de quem até gosta do doce patrão da Coreia do Norte, que outra coisa seria de esperar? Está bem acompanhado o senhor Pinto de Sousa (Sócrates) e os seus amigos.
Só não se percebe como é que ainda há por aí quem diga que o homem faz política ao centro, e ainda viva na doce ilusão de pensar que o socrapifiosismo não é um merdosíssimo ramo do socialismo esquerdóide.
António Borges de Carvalho