REGRESSO AO PASSADO
A gloriosa marcha da geringonça a caminho dos amanhãs que cantam conhece sinais claros da inspiração leninista que postulava “um passo atrás, dois adiante”. É sabido que os passos em frente do camarada Vladimir Ilitch foram o caminho seguro para dezenas de milhões de assassínios e para misérias sem descrição.
Por cá, com a gloriosa gestão da geringonça, vai ser diferente. Os tempos são outros e, salvo nos mais dourados sonhos do Jerónimo, do Arménio e das esquerdoidas do Louçã, não chegaremos, é de esperar, aos assassinatos. Mas à miséria…
Olhem estes passinhos atrás: os juros a dez anos estão no triplo dos de Espanha, o risco da nossa dívida galgou para máximos de sete meses, o nosso yeld está de pernas para o ar em relação aos dos parceiros (o deles desce, o nosso sobe), a dez anos os espanhóis estão com 1,07%, os italianos com 1,31, nós com magníficos 3,49.
Aqui temos mais um sinal do passo atrás. Os que forem dados em frente, como os do Lenine, vão por mim, serão piores.
Mas o abutre ri e, como diria a Sophia, “alisa as penas. Os seus discursos fazem ficar as almas mais pequenas”.
18.9.16