O ALVOROÇO DE ALMARAZ
A construção de um armazém na central nuclear de Almaraz pôs em alvoroço os alvoroçados do costume, malta que vive de “causas” as mais das vezes completamente idiotas. Num arranque de patrioteirismo, o chamao ministro do ambiente alvoroçou-se também. Vai daí, impante, o geringoncial Estado da mesma sorte se alvoroçou. Mandou uns alvoroçados técnicos a Alamaraz, os quais foram deixados à porta e mandados chatear outro.
Alvoroçadíssimo, o orgulhoso poder nacional foi fazer queixinhas a Bruxelas. Bruxelas, paternalisticamente, disse-lhes que tivessem calma e deitassem fora a queixa. Daí, lá foi um magote de geringonçais protestantes, com ministros e tudo, a Madrid, onde lhe disseram que, sim senhor, somos todos uns gajos porreiros, mas o armazém vai construir-se na mesma. A missão voltou com o rabo entre as pernas e, patrioticamente, mandou fazer um “estudo”. Veio o estudo. O estudo concluiu que, afinal, o tal armazém não faz mal a ninguém. Pelo contrário.
Resultado, o alvoroço pariu um estudo. Está tudo nos conformes.
Se calhar, devia ter-se começado pelo tal estudo, em substituição do alvoroço. Mas isso não está no espírito da geringonça, coisa onde a inteligência parece ter metido licença sem prazo nem vencimento.
28.4.17