TRAPALHADAS PORTUÁRIAS
De há uns anos a esta parte, assistem os alfacinhas a uma viragem importante na política da Administração do Porto de Lisboa.
Nasceram inúmeros locais de lazer, restaurantes, bares, pistas de jogging, lojas, um sem número de equipamentos à beira rio que proporcionam às pessoas bons momentos na companhia calma e bela do Tejo.
Compreende-se que uma cidade tenha um certo ciúme por ver fora da tutela camarária uma zona tão vasta e tão importante. Daí que, unanimemente, os partidos e quejandos, representados na vereação costista, tenham achado que tal zona devia ser objecto de municipalização. Queriam acabar com a “injustiça” e ganhar poder. O governo socrélfio deu ao senhor Costa todo o apoio, apontou o recém socialisticizado José Miguel Júdice para mandar na coisa, passou um decreto a entregar a coisa ao município.
Na verdade, o que se passa é que a notável obra da APL que acima refiro vai ser substituída pelas lutas e guerrilhas da CML, e nada de útil ou bonito se fará nos anos mais próximos. Acresce que, enquanto a APL não precisava de ir à procura de fundos a parte nenhuma que não fosse o seu próprio cofre, a CML, para se financiar, está mesmo a ver-se que só tem uma saída: urbanizar para cobrar taxas, licenças, rendas, IMI e IMT.
Os alfacinhas vão pagar com língua de palmo as ciumeiras dos fulanos que puzeram na câmara. O senhor Costa vai ver os seus poderes alargados, o senhor Fernandes vai ter mais pèzinhos para chatear meio mundo, a dona Helena vai divertir-se como uma leoa a infernizar a vida do senhor Salgado, e este nunca mais será chateado por causa do hotelzinho que goza da gloriosa benesse do seu intelectualíssimo traço. Os munícipes, esses, pagarão as taxas e os impostos. O governo, triste realidade, vai poder impor mais uns edifíciozinhos , tipo observatório da droga e agência marítima.
Os alfacinhas vão pagar com língua de palmo as ciumeiras dos fulanos que puzeram na câmara. O senhor Costa vai ver os seus poderes alargados, o senhor Fernandes vai ter mais pèzinhos para chatear meio mundo, a dona Helena vai divertir-se como uma leoa a infernizar a vida do senhor Salgado, e este nunca mais será chateado por causa do hotelzinho que goza da gloriosa benesse do seu intelectualíssimo traço. Os munícipes, esses, pagarão as taxas e os impostos. O governo, triste realidade, vai poder impor mais uns edifíciozinhos , tipo observatório da droga e agência marítima.
Vai ser uma caríssima rebaldaria.
António Borges de Carvalho