TAXISMO
Em princípio, nada tenho contra a existência de embaixadores de fora da carreira. Há disso por todos os lados, maxime nos EUA, país em que os embaixadores são amigos do presidente, e pronto. Uns pecam por defeito, outros por excesso. Por cá, até tem havido embaixadores "paraquedistas" que fizeram um bom trabalho. Lembro-me, por exemplo, de Ernâni Lopes, em Bona, ou do Dr. Cutileiro, a quem hoje nem o mais corporativista dos profissionais de carreira nega o título de embaixador.
Isto a propósito da nomeação do senhor Nóvoa para embaixador numa coisa qualquer, sita em Paris. Bom sítio, não é?, desejado por tutti quanti.
Uma organização sindical (?) de diplomatas resolveu dar à casca, isto é, revoltar-se contra a subtracção de tão invejável posto à lista dos lugares que são de sua propriedade. Um "okupa" no galarim? Não!
Sobre o nomeado, nem uma palavra. Faz-lhes confusão que um "paisano" seja nomeado, mas não lhes faz confusão nenhuma que seja o tal Nóvoa. Parece que até gostam de um dos mais lídimos representantes da esquerdoidice nacional, um geringonço de alto coturno, metido até ao pescoço nas movimentações do protocomunismo nacional, um tipo que nada tem a ver com a relativa independência política que se exige de um emaixador. Isto não faz confusão aos distintos diplomatas nem ao seu sindicato.
O lugarzinho é o que importa, e muito. Se o Nóvoa fosse enviado para o Burquina Fasso ou para o Iemen, diz-me o mindinho que ninguém protestaria...
13.2.18