EM LOUVOR DO SENHOR BELMIRO
O mais chocante, no que respeita à interminável série de trafulhices do primeiro-ministro, denunciadas pelo jornal “Público”, é a quase total indiferença da chamada “comunicação social” sobre a matéria.
No que diz respeito à RTP, a coisa não causa estranheza: desde a substituição da administração, a velha correia de transmissão voltou a funcionar. Aliás, qualquer pessoa percebe que não se substitui uma administração vitoriosa em termos financeiros e de audiências sem ter um objectivo muito importante a atingir. Voilá.
Da parte das outras televisões, é estranho que – pelo menos que eu desse por isso – o silêncio tenha substituído o filão que a coisa poderia representar. As repugnantes “obras” do senhor Pinto de Sousa (Sócrates), o tal que não convida o pai para a posse nem lhe usa o nome, teoricamente, deveriam estar em todos os écrans de todas as televisões, em vez de andar para aí a passear na Internet.
E os jornais? Os jornais, a mesma coisa. Nem sequer vejo comentários às espantosas desculpas de mau pagador apresentadas pelo senhor Pinto de Sousa (Sócrates), armaado em vítima, coitadinho.
Pelo contrário, o coro do xuxismo desatou a condenar o “Público” e a acusar o senhor Belmiro de estar por trás da coisa.
Não sei esta do senhor Belmiro é verdade se não. Partindo do princípio que sim, apresento ao senhor Belmiro os meus cumprimentos e a admiração que sinto por alguém que não nada no pântano de estatismo pendura em que refocila, de bruços, a generalidade dos nossos “empresários”.
António Borges de Carvalho