PODER MATERNAL
Se você for devidamente casado e quiser ter filhos, ponha-se a pau. Segundo a brilhantíssima Ordem dos Médicos que temos, você não tem voto em tal matéria. Se a sua excelentíssima cara-metade quiser laquear as trompas, proibindo-o, a si, de ter filhos, não tem satisfações a dar-lhe. Vai ao médico, e pronto. A sua opinião põe-se de lado.
Pelo menos é o que os estimáveis doutores se preparam para tornar “deontológico”. Você, cidadão de segunda, submetido à obrigatória tirania da sua mulher, se quiser ter filhos, faça-os noutra. Se a outra não os quiser, avenha-se com eles. Ou meta-os num asilo.
É o que se chama “política de família”.
António Borges de Carvalho