ECO-ESTUPIDEZ
Aqui há tempos, irritou-se o Irritado com a história macaca dos biocombustíveis. Ainda que sem grandes conhecimentos científicos na matéria, era, para o Irritado, evidente que a quantidade de matéria orgânica necessária à produção de tal coisa viria a implicar a ocupação de dezenas de milhões de hectares com culturas intensivas destinadas à produção de gasóleo e de etanol. Por isso, os biocombustíveis viriam, necessariamente, a constituir um verdadeiro problema global, que conduziria à desertificação, a um aumento insuportável dos preços da alimentação e à fome generalizada.
Mal sabia o Irritado que, a curtíssimo prazo, tais consequências se começariam a verificar. Olhem o preço dos cereais!
A suportar as suas teses vêm agora uns investigadores acrescentar que os biocombustíveis, para além dos malefícios já identificados pelo Irritado, virão a causar um aumento de CO2 que poderá multiplicar 420 vezes as emissões que evitam.
A demagogia “ecológica” é mais forte que a mais forte das evidências. Em Portugal, andamos todos muito contentes, por exemplo, a pôr moinhos de vento, aos milhares, nas montanhas (electricidade na sua versão mais cara), a proteger a produção de biocombustíveis e a dizer que o nuclear (a mais limpa e a mais barata de todas as formas conhecidas de produzir energia) está “fora da agenda”. Pinto de Sousa (Sócrates) dixit.
Será que teremos que ser sempre os atrazadinhos mentais da Europa?
António Borges de Carvalho