A CABALA PROPRIAMENTE DITA
Mal o 44 perdeu as eleições, a sua bem amada mãezinha desatou a vender património. A quem? A um amigo do peito do filhinho, um tal Santos Silva. Os preços foram dos bons, muito acima do valor comercial dos andares transaccionados. O dinheirinho foi legítima e legalmente oferecido pela senhora ao seu rebento, o qual estava em dívida com a CGD e vivia modestamente em Paris. Entretanto, o amigo Silva comprou, por quase três milhões, um belo apartamento nas margens do Sena. Depois, emprestou o apartamento ao 44, a fim de que este pudesse viver com a dignidade própria de “um grande homem”, nas palavras luminosas de Mário Soares.
O amigo tinha uns vinte milhões a bom recato num local simpático. Para, patrioticamente, ajudar o país a recuperar dinheiros vários estacionados algures, tinha o 44 legislado no sentido de quase os isentar de impostos se fossem repatriados. Foi assim que o amigo Silva, bem como, ao que consta, o amigo Salgado, patrioticamente, fizeram entrar nos bancos nacionais a maior parte dos seus milhões, agora sem qualquer problema legal ou fiscal. Tudo certinho, tudo nos termos que o amigo 44 tinha proporcionado. Entretanto, as firmas de que o nosso herói era funcionário, financiadas pelo amigo Silva, iam-lhe pagando os salários a que tinha todo o direito. Para colmatar alguma necessidade do estudante em Paris, o motorista ia-lhe levando umas maletas com notas (ao que se diz entregues pelo amigo Silva), o que é absolutamente legítimo e legal. Desde quando é que os amigos não podem ajudar-se mutuamente?
Vai daí, aparecem uns polícias em Braga a manipular os factos, acabando por levar à prisão do 44, do Silva e do motorista.
E agora? Como vão os vis acusadores provar que o dinheiro da venda dos andares ao Silva - que a mãe deu ao 44 -, o do apartamento junto ao Sena, o das malas do motorista, o dos rendimentos do insano trabalho do pobre senhor 44, eram dele, não do Silva? Não provam. O dinheiro era do Silva e só andava em trânsito por partes várias por uma questão de boa gestão. Evidente, não é? Como se atrevem a dizer que houve corrupção do 44 se o próprio, como tem afirmado, não tem um chavo, ao passo que e o Silva trabalhava com milhares de milhões do Chávez – tudo proveniente de legítimas empreitadas?
Vêm o que é a única, a verdadeira cabala? É o esquema montado. O juiz de instrução, quando chegar ao fim da linha e se o PS for governo, arrisca-se a ir parar ao xilindró por “erro grosseiro”. Não foi o 44 quem inventou o erro grosseiro para safar o Pedroso e lhe dar umas massas dos impostos?
Quem vai ao mar avia-se em terra. Disto sabe o 44 com fartura.
2.12.14
António Borges de Carvalho