A ESCOLHA
As eleições no PSD, que o senhor Rio, farto de espernear contra elas, acabou por não conseguir evitar, resumem-se à escolha entre duas opções fundamentais. De um lado, a oposição ao PS (Rangel), do outro a declarada subserviência ao PS (Rio). Há um ditado que reza “quanto mais me bates mais gosto de ti”, o que parece ser, e é, deste, a filosofia de base.
Quem se propõe lutar por uma vitória nas urnas, propõe as suas ideias, defende-as, e ataca o adversário. Guarda as decisões, se for caso disso, para depois de conhecidos os resultados eleitorais. Quem desistiu de lutar, pede esmola antecipada, rebaixa-se e aos seus por uma remota hipótese de vir a comer as sobras do adversário, o qual fica desde já com a faca e o queijo na mão para, se lhe apetecer, o mandar às urtigas,.
Os militantes do PSD deviam ter consciência de que o seu partido só chegou ao poder quando, ferozmente, se opôs ao PS e à sua camarilha – Sá Carneiro, Cavaco, Passos Coelho. Não sei se Rangel conseguirá o mesmo mas, pelo menos, tem tudo para abrir caminho para tal. Rio é a derrota antecipada, de tal maneira a tem como confessado objectivo.
Cercado, quase sem excepção, por nulidades intelectuais e políticas sem presente nem futuro, gente que não passa de ocos yesmen, Rio sente-se bem. Um abismo em relação a Rangel. Desgraçadamente, parece que, mesmo assim, terá hipóteses de ganhar. Para nós, a hipótese é a de, às mãos de Rio, continuarmos, firmes, a caminho do abismo (mais um) em que o PS não deixará de nos precipitar.
26.11.21