A GRANDE ALGAZARRA
Andava o senhor Rio às compras na Rua de Santa Catarina enquanto, lá na mourisca Lisboa, as suas meninas, de braço dado com as esquerdoidas e as bolchevistas, cozinhavam o seu fim. Seis deputadas, a relatora do PC, a inspiradora do BE, uma desconhecida do PSD, outra do CDS, mais duas que não sei donde, sob o olhar embevecido de dois desconhecidos, selavam a certidão óbito dessa coisa parva em que o Rio transformou o PSD. Parece que, numa cadeirinha que não ficou na fotografia, estava o xarroco Nogueira, a lamber os beiços e a palitar os dentes.
Ao mesmo tempo, dona Assumpção (não sei se com “p” se sem ele, mas mais vale errar por excesso que por defeito) estava a escolher guardanapos no Paris em Lisboa.
Depois, foi a grande farra.
Os partidos comunistas, a correr, vieram gritar que a geringonça estava firme e de boa saúde, não fosse o Costa repreendê-los. A culpa era da direita, e tinham razão.
O PS fez o mesmo, a culpa é da direita, como reza o vademecum do Rato em relação a tudo e mais alguma coisa. Nada de novo, a confirmar que a geringonça está de boa saúde.
O Rio apareceu, não se sabe onde, a dizer que, primeiro, ninguém sabia ao certo o que tinha sido votado e que, segundo, não havia problema nenhum, há dinheiro para pagar ao xarroco, ainda que não se saiba nem quando nem como.
Dona Assumpção atacou em força, sem perceber que ninguém a percebia.
Salta o Costa e, agradecido, diz que se vai embora se a pessegada atingir os seus objectivos. Mentira. É evidente que não se vai embora: faz um brilharete sem dizer que ficará em gestão, sem responsabilidades, até depois das eleições, as quais serão mais ou menos na mesma data que seriam se não houvesse “demissão”.
O Marques, esse, mandou uma garrafa de tinto ao Rio e um ramo de rosas à Asssumpção, agradecendo a acção de campanha que tanta falta lhe fazia.
Consta que o senhor de Belém, com os seus assessores, prepara com todo o cuidado mais umas sessões de beijocas.
Não há quem saiba quanto custará a tão famosa lei. Dou um doce a cada português que tenha percebido a catadupa de milhões: são cem, mil, cinco, quatrocentos e trinta e dois, ou o que der na cabeça de cada um. O melhor é desistir: todas as opiniões são da maior confiança, a começar na do Centeno, a acabar na do Zé Quitolas.
A Pátria segue o seu caminho nos doces braços da esquerda radical e das mariquices da direita. Tudo nos conformes.
4.5.19