A GRANDE PANACEIA
O estilo da geringonça são três, passe a bojarda: o do tesoureio, chamado Centeno, o do secretário, de nome Costa, e o do presidente, conhecido por Marcelo.
O tesoureiro entesoura, como é seu mister, tem medo dos credores, usa os meios mais práticos e eficazes para que os eles não chateiem e a clientela se mantenha, custe isso o que custar, doa a quem doer.
O secretário, por um lado, verga-se ao tesoureiro, por outro aos colegas que o aguentam no poder, pratica desbragada lábia, nada de escrúpulos ou de amor à verdade. Um verdadeiro compincha.
O presidente, aliás incontestável chairman da organização, vai acalmando hostes menos favoráveis com a sua tão apreciada política de ósculos, pratica sem parança a verborreia, raramente se atrevendo a dar uma bicada, isto em favor da “estabilidade” ou da simpatia.
Dos trabalhos desta trempe, é de realçar a confiança dos credores, coisa que, com Passos Coelho – que a conquistou – era, para os actuais geringonços, um horror,uma submissão, uma desgraça. Hoje, é um título de glória. Resultados, por exemplo: temos o chamado serviço nacional de saúde a cair de podre, a malta a fugir para o privado, os médicos e os enfermeiros a dar à sola assim que podem, a nacionalização dos prejuízos da TAP, a absurda entrada a quatro patas na Casa do Douro, o crescimento miserável, a educação de rastos, a luta sem tréguas contra os “privados”, as políticas “de género”, a estatização de tudo o que se põe a jeito, a sociedade cada dia mais amorfa, a poupança inexistente, as bolhas a espreitar...
Segundo esta gente, uns abertamente outros ainda com alguma vergonha, a grande solução para tudo é o Estado. O omnipresente, o omnipotente, o maravilhoso Estado. A panaceia universal das esquerdoidas, dos bolchevistas e dos pedros nunos santos & Cª ilimitada. Quando os bancos privados se arruinam, por importação de crises, incompetência ou aldrabice, ó da guarda que é preciso deixá-los cair, não meter neles um chavo. Mas, se for a sacrossanta CGD - 100% do Estado - tão arruinada como os outros, então tudo bem, é “nossa”! Se a medicina privada sai mais barata ao Estado que a pública, é preciso nacionalizá-la, ou pô-la fora de combate. Os colégios privados, esses, produtivos ou não, são para acabar. Tudo exemplos claríssimos de que “a luta continua”, agora com um grande cúmplice, o PS.
Entretanto, a sociedade definha, encostada a ilusões e a imediatismos sem sentido nem futuro.
Ou com o futuro previsível: a miséria socialista, venha ela dos “moderados”, dos radicais ou dos extremistas.
14.4.19