A GREVE DOS PRIVILEGIADOS
Inaugurando a saison, os funcionários públicos entram hoje em greve. Mais uma manifestação da “solidariedade” pública dos funcionários com o restante da população. Não lhes interessa reconhecer que são os únicos portugueses com garantia de emprego até à morte, não lhes interessa saber que são os únicos com promoções garantidas toda a vida, não lhes interessa considerar que são dos poucos que nunca entraram em layoff, nem os únicos que têm o ordenado garantido por inteiro haja o que houver. Sabem que a sua produtividade, boa ou má, ou nenhuma, não tem consequências, nem que têm um mar de garantias que aos demais são negadas, nem que dispõem de um serviço de saúde que lhes permite o que não permite aos demais.
Para eles, não há privilégios, há direitos. Poucos, na sua opinião. Reclamam mais. Compreender-se-ia se não vivêssemos numa atmosfera de corte de direitos a toda agente, numa crise social de que são os únicos a salvo. Nada lhes interessa, a não ser a própria barriga. Uma classe dominada por demagogos politicões e que gosta de ser guiada por eles, uma gente que ignora olimpicamente o mundo e a sociedade em que está a viver.
Parabéns.
20.5.21