A MALDIÇÃO
Durante os últimos anos generalizou-se a ideia de que o PSD, ao contrário de uma tradição de décadas, desistiu de ser alternativa ao PS, remetendo-se, sob a desgraçada batuta do senhor Rio, a não passar de bengala das opções “social-democratas” do adversário. Pisando todas as tradições, posturas e mensagens do partido, Rio transformou o PSD num partido de “esquerda moderada” – o mesmo de que o PS se reclama, mentindo - com os tremendos resultados, eleitorais e políticos, que estão à vista de todos. A alternativa liberalizante que, em palavras já hoje históricas, se apontavase para a "libertação da sociedade civil", sossobrou num socialismo castrante cujas consequências são já indiscutíveis: atrazo, ruína económica, ausência de horizontes, governação à vista, irresponsabilidade galopante. De futuro, nada. Com a a colaboração do senhor Rio, as opções socialistas têm resultado no contrário de tal libertação: uma sociedade dependente, desmotivada, castrada, sem iniciativa social, política ou económica, um Estado poderosíssimo, sustentado por uma burocracia inultrapassável, pejado de “instituições” redundantes, limitador, serventuário de todas as demagogias e disparates da moda.
Pior. O senhor Rio demitiu-se sem se demitir e tudo faz para prolongar a sua destruidora obra com nomeações destinadas a manter os “seus” no poder e a cortar as pernas ao seu sucessor. Ideias claras e mobilizadoras da sociedade, zero. Denúncias do ruinoso poder socialista, nada.
Resultado: ausência de oposição, ora entregue à moribunda esquerda comunista. Mas Rio não pára. Deve achar que o partido e o país precisam dele, da maldição em que, com ele, o partido caiu. Uma espécie de loucura, solipsista e ditatorial.
E agora? Agora, há duas hipóteses. Ou o PSD arranja forma de ressuscitar, ou continua tão mal ou pior do que estava. Ou elege um político com garra, imagem, estaleca, passado e futuro – Montenegro –, ou agarra-se a uma nova dose de Rioismo, desta vez ainda pior, com objectivos tão inquietantes e ruinosos como o de “salvar o planeta”, multiplicar os moinhos de vento, os parques solares e outras macaquices, transformar o país num lunático exemplo do respeito pelas modas e pelo aprofundar da miséria em que já vegeta - Moreira da Silva (leia-se o programa deste triste tecnocrata).
Continuar com a maldição ou voltar à vida, eis a questão.
8.5.22