À PATA
Anda o nosso tão estimável governo muito preocupado com a “mobilidade” dos peões. Assinale-se. Até agora, governo, câmaras, juntas, etc. andavam em acção para acabar com os automóveis, ou para privilegiar os que enfiam o barrete dos carros eléctricos, e ainda para promover as trotinetas, as bicicletas e outras martingalas que dão cabo da vida aos peões.
Agora, são estes últimos quem preocupa as autoridades. Muito bem.
Foi anunciado mais um “estudo” para tratar do assunto. Daqui a não se sabe quanto tempo, estima-se que muito, as autoridades parirão o tal estudo, o qual, em princípio, não servirá para nada. Se calhar, ainda bem. Presume-se que os peões possam vir a ser obrigados a pagar uma taxa para andar na rua, a receber um número de matrícula ou a passar a ter um seguro obrigatório para o caso de incomodarem alguma trotineta. Com esta gente tudo é possível.
Como o IRRITADO se preocupa com estas coisas, aqui vão, muito a sério, umas sugestões: a) acabar com a calçada portuguesa, ou mantê-la só onde for significativa e onde houver condições para a sua manutenção em condicões decentes, assim acabando com milhares de pés torcidos, pernas partidas, velhotes a cair no meio do chão, proliferação de pedras soltas, perigosíssimas, b) passar a tratar das árvores sem esperar que, ao primeiro vendaval, um ramo dê cabo da vida a algum peão, c) proibir a plantação de plátanos, a árvore mais porca que existe, e, aos poucos, substituí-los por árvores bonitas e de bom comportamento cívico, d) dar permanente prioridade aos peões, mesmo nas ciclovias, acabando com as confusões e os insultos de ciclistas e trotineteiros.
Aqui ficam algumas humildes sugestões, na certeza de que nenhuma delas fará parte do “estudo”, ou provocará alguma reacção das autoridades.
9.9.22