A VERDADE É UMA CHATICE
O inacreditável ministro das finanças (assim chamado) tem andado a desbocar-se, parece que sem consultar previamente o chamado primeiro-ministro. A coisa pôs o Largo do Rato em estremeções da mais pura indignação. Erros de comunicação? Ingenuidade? Falta de traquejo político? Incompetência?
Vozes tidas por responsáveis, diz a imprensa, arrepelaram-se de surpreza, horror, indignação, uma escandaleira, um inaceitável carência de juízo, de bom senso, de profissionalismo. Que fazer, senão desmentir o indivíduo?
Em resumo, o homem declarou que que ia aumentar uma data de impostos, todos longe dos de rendimento, isto é, impostos calculados sobre contas e avaliações feitas pelo fisco segundo os seus altíssimos critérios (vulgo impostos indirectos), não sobre a situação económica de cada um, não sobre a capacidade que cada um tem de pagar seja o que for, mas sobre o que o sacrossanto fisco determinar que é “digno” de mais impostos.
Outrossim declarou a criatura que a fuga ao segundo resgate era “a sua principal missão”, isto é, que o tal resgate, que a tenebrosa oposição diz estar à espreita, afinal, está mesmo à espreita, facto que o seu parlapatoso chefe e o mais alto apoiante da geringonça, sito em Belém, se comprazem em negar.
Postos os factos, que pode pensar um cidadão, geringonço ou não?
Quem mente? O chamado ministro, ou o chefe Costa e sua gente? Há, ou não há o “diabo” do resgate ao virar da esquina? Os impostos vão aumentar ou não? Cairão em cima de quem? Neste aspecto a esquerdoida-mor já esclareceu: quem vai pagar mais são os pela própria nomeados ricos, quer dizer, os que tenham bens avaliados em 500.000 euros, quer tenham dinheiro quer não, quer o património esteja ou não a cair aos bocados, hipotecado ou não, quem manda é ela e acabou-se.
O ministro não sabe o que diz, ou sabe? Diz o que não deve, ou é só parvo?
Na minha qualidade de não geringonço, cumpre-me declarar: o imperdoável defeito do chamado ministro é fugir-lhe a boca para a verdade, coisa que, está provado, é incompatível com a filosofia, a postura cívica e a moral republicana da geringoça. E fazer um prognóstico: o fulano, após umas conversas com o chefe Costa e a sub-chefe Martins, vai entrar nos carris e deixar-se de “lapsi linguae”.
Acresce, para nosso sossego, que tudo vai ser congeminado por um “grupo de trabalho” integrado pelo PS e pelo BE (o PC, que anda a levantar o rabinho do selim, fica de fora).
Apetece perguntar: afinal quem é o(a) chefe e a(o) sub-chefe?
15.9.16