ACABOU A FARSA
Disponibilidade, aproximações, diálogo, entendimento, construção, parceiros, são algumas das muitas palavras-chave da entrega absoluta e incondicional do PS nos doces braços do PC e do BE, ontem proferidas dezenas de vezes por um ilustre representante da ala bloquista do PS (haverá outra?) numa entrevista a uma TV qualquer. O homem não tem limites na sua ânsia de agradar aos parceiros, outrora ditos não democráticos e hoje, por obra e graça do Costa, convertidos em farinha do saco do PS. Em patética declaração de submissão às venezuelanas/bolchevistas ideias dos parceiros, um tal Duarte Cordeiro, figura por demais sinistra, declarou que a farsa dos desentendimentos acabou: o PS fará, na discussão do orçamento, o que os namorados quizerem, está disposto a tudo, menos a qualquer tentação de divórcio. Assim mandam os chefes, Rebelo de Sousa incluído.
Vem aí muito dinheiro, diz-se. Em generosa apreciação dos projectos (privados?) já candidatos aos dinheiros europeus, diz o sátrapa, há-os em muito maior quantidade do que a admissível, o que quer dizer que as verbas alocadas não chegam porque o Estado socialista se apoderou da esmagadora maioria do capital disponibilizado pelos caridosos tipos de Bruxelas. A economia que se lixe, o poder é que é bom.
Hoje, ainda chocado pela miserável entrevista (cobarde, oportunista ou ansiosa por esquerdizar ainda mais o orçamento, o regime e o país), dou com a miúda/filha/ministra não sei de quê a declarar que é assim mesmo, a grande preocupação do governo é a de agradar aos bem-amados parceiros e que, se precisarem de mais qualquer coisinha, cá estará o PS para as curvas que entenderem.
Acabada a farsa dos desentendimentos (deles), continua a tragédia socialista (nossa).
14.10.21