ACABOU A GUERRA? NEM POR ISSO
Em tempos, o IRRITADO deu-se ao luxo de prever que não ia haver sanções, nem multas, nem nada que se parecesse. A infrene propaganda política que se seguiu, porém, fê-lo duvidar do seu prognóstico. Afinal, tinha razão.
Enquanto, em Espanha, ninguém, da esquerda ou da direita, se preocupou por aí além com a história, por cá foi o que se viu. O inimigo, acantonado em Bruxelas, preparava-se para atacar a nobre Pátria portuguesa. De todos os lados choveram os protestos, os gritos de alma da soberania ameaçada pelo tenebroso inimigo que, sob as ordens do General Schäuble, se preparava para o ataque. Era o PPE, a direita!, quem manobrava na sombra para pôr em causa a honra lusitana, qual Duque de Alba, ameaçador, na raia da Extremadura.
Saíu tudo ao contrário. O General Schäuble, nosso tenebroso e figadal inimigo, telefonou aos chefes de todos os exércitos, dizendo que não, não atacassem*. E, como não podia deixar de ser, foram as hostes socialistas, às ordens do coronel Olrik, perdão, Disselbloem ou coisa que o valha, quem quis beber o sangue da Nação. O sargento Junker, também ele do bando da tenebrosa direita, alinhou com o general. Um espanto, uma incoerência? Ou a verdade atirada ás fuças da geringonça e do indignado Presidente?
Toda a gente sabe que o castigo, a haver, seria consequência da desconfiança universal, à esquerda e à direita, que a geringonça gerou, e continua a gerar. Por isso, não parecia lógico que fosse o governo anterior quem motivava a punição.
Foi o que aconteceu. O passado deu à República a confiança que o presente não merece. O resto é conversa, ou propaganda barata. E ninguém enfiou o barrete dos 4.000.000.000 milhões do Banif “cientificamente” atirados à pressa para os braços de 2015.
Passos Coelho ganhou este round. Bem o merece.
O que a seguir vier será outra coisa. Ou a gringonça tem algum inusitado ataque de vergonha, ou a marreta cai-nos em cima sem dó nem piedade. Nessa altura, nem o General Schäuble nem o folclore presidencial nos valem.
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*Atentem na “atenção” que os nossos media deram ao facto: uma pequena local aqui ou ali. E ainda há quem diga que o Pinto de Sousa os queria dominar. Queria, mas não conseguiu a silenciosa cumplicidade que os seu avatares conseguem.
28.7.16