ADEUS AMARELEJA
O IRRITADO, como sabe quem o lê, não simpatiza com os exageros ecologistas, nem com pânicos climáticos, nem com limitações absurdas a certas actividades ditas indesejáveis, sobretudo quanto mais desejáveis forem, como o petrólio ou o lítio.
Por outro lado, há intervenções que a “modernidade energética” exige mas que merecem algumas dúvidas. Na Amareleja há já 234 hectares ocupados com painéis solares e, segundo projectos já autorizados pelo governo, terá em breve mais uns 600, tudo isto em áreas classificadas como intocáveis, com sacrifício de milhares de árvores (só pinheiros mansos são 11.800 a sacrificar de um total de 19.300, mais dezenas de milhar de azinheiras, sobreiros, etc. Cerca de 600 hectares ficarão carecas, com o aplauso das “autoridades. E há mais, muito mais, que valeria a pena citar se para tal houvesse pachorra. Não há, como efeitos da intervenção quaisquer benefícios locais, mas há duvidosos efeitos nacionais na produção de uma energia intermitente de duvidoso futuro ou interesse económico. Ao mesmo tempo que a União europeia estabelece que a energia nuclear é limpa, os portugueses sacrificam território a bem da moda das renováveis.
É claro que o “estudo de impacto” reconhece os efeitos catastróficos da coisa, mas dá-lhes luz verde! Outro de mais alto se alevanta, não é? Por um lado, enche-se páginas e páginas com a luta contra os eucaliptos e a sua influência na balança comercial (que se oferece à Galiza) e a favor da floresta tradicional. Por outro, sacrifica-se a floresta tradicional sem qualquer escrúpulo, nega-se toda a teoria ecológica, que faz parangonas mas se sacrifica com duvidosas iniciativas.
Onde está a lógica disto tudo, é coisa que não está, por certo, ao alcance de ignorantes como o IRRITADO. Manda quem pode, não quem merece.
20.6.22