AEROVERGONHA
O espantoso indivíduo que conhecemos como ministro das infraestruturas e como auto-alegado chefe da esquerda do PS, ou do PS/BE, senhor PNSantos, com seu habitual regougo autoritário (afirmativo, assertivo, como se diz por aí), veio declarar, tonitruante e bombástico, que há uma lei em vigor, tão vil tão vil, que impede a construção do aeroporto do Montijo. É preciso acabar com ela, grunhe o artista.
Estou com ele. Tem toda a razão. Tal lei, produto da inteligência privilegiada do PS, do Sócrates e dos seus ministros - muitos dos quais, a começar pelo primeiro ministro, continuam a iluminar os nossos pobres dias - é estúpida, tão estúpida como os que a produziram, não devia ter sido feita, promulgada, publicada e posta em vigor. Muito bem, senhor PNSantos. Com a mesma verve e a mesma autoridade com que, há uns anos, ameaçava a dona Ângela, voz grossa colocada, ameaçadora, a pôr a mulher de joelhos, VEXª revolta-se, indignado, contra a existência do documento.
Tem toda a razão, repito. Só que é estranho que não se tenha lembrado disso há mais tempo. Antes de tomar a gigantesca decisão que lhe garantirá o ingresso na História deveria ter consultado a inenarrável teia de burocracias que teria que ultrapassar para conseguir o seu notabilíssimo propósito. Não consultou, revelando a evidente incompetência que o caracteriza. Por outras palavras, mais suaves, o socialismo burocrático fê-lo tropeçar nas patacoadas legislativas em que é especialista. É o governo, o Estado, a estender-se ao comprido na sua própria selva.
Bem feita, clama o IRRITADO. Agora, desenrasque-se, passe pela vergonha (se o Ferro autorizar tão incrível palavrão) de dar o dito por não dito, de abolir a tal lei estúpida, antes de poder pôr os bulldozers em acção.
Interessante é verificar que, nem SExª nem os seus socrélfios camaradas, pedem desculpa por mais esta asneira, de que são os únicos responsáveis. Querem descalçar a bota sem assumir responsabilidades. Aliás, se as assumissem, seria aprimeira vez.
Se a celerada lei tivesse sido produzida no tempo de Passos Coelho, a barulheira seria estrondosa, os insultos seriam aos pontapés, a culpa era da “direita”, do fascismo, da xenofobia, do racismo, etc..
Não é, ó Pedro?
26.2.20