AFASTAMENTO E PRONTIDÃO
Você foi ontem ao supermercado? Se foi, viu o que é o afastamento a que a lei obriga, uma vez interpretada pelo governo e pelas loiras: uma multidão à espera de vez, outra multidão lá dentro, tudo mais ou menos ao molho. É o brilhante resultado das “medidas”, tão autoritárias como burras. Em vez de alargar os horários de abertura, o governo, brilhantemente representado pelas loiras, mandou fechar à uma! A malta, que precisa de comer, de lavar a roupa e de outras coisas, amontoa-se em quatro horas para fazer o que podia fazer em quatorze!
Não sei se o tal afastamento dá resultado ou não na contenção dos contágios. Mas sei que, assim, não se vai lá.
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No entanto, esteja descansado. No dias em que alguns países, por certo atrasados, já têm tudo preparado para receber, armazenar, distribuir e aplicar a vacina, por cá a coisa tem outro “timing”: a dona Freitas anuncia que não há problema e, ao mesmo tempo, a outra diz que vai nomear uma “task force” para tratar do assunto, tendo esta um mês para apresentar o relatório, a fim de, a partir daí, se poder tomar as providência que a vacina impõe. Portanto, descanse, que elas, as loiras, também.
Talvez, como dizem os jornais, o chefe da “task force” seja o mais qualificado truta nestas matérias. Se calhar devia era ter começado a trabalhar há dois meses, mas isso é pormenor.
É de prever que, daqui a uns tempos, a confusão das vacinas seja um vê se te havias para as loiras, todos os dias na televisão, uma a dizer que, pois, corre mal porque é amarelo, outra a jurar que é óptimo porque é azul. E lá virá o chamado primeiro ministro emendar, com o apoio fiel do seu sócio de Belém (que perderá mais uma boa ocasião para estar calado) dizer que é assim-assim, porque é às riscas .
Será isto o novo “normal”?
29.11.20