ALTOS VOOS 2
Já lá vai uma carga de anos, o governo do Prof. Cavaco resolveu construir a ponte Vasco da Gama. Na altura, ribombaram por esse país fora as costumeiras organizações “sem fins lucrativos” - as mais delas dependentes de subsídios públicos -, todas eco-aterrorizadas. Argumentavam que a ponte ia destruir a avifauna habitante do estuário do Tejo ou nele de visita migratória. Houve quem, percebendo alguma coisa do assunto, defendesse o contrário.
Não vale a pena elaborar sobre o assunto, ou contar histórias vividas ou ouvidas. A ponte construiu-se, presta os seus serviços (caros), e as aves continuam calmamente a habitar e a visitar, não tendo havido qualquer dano nas respectivas populações.
Agora, os mesmos profetas batem-se ferozmente contra o aeroporto no Montijo pelas mesmas razões, a que acrescentam o perigo de intromissões voadoras nas turbinas dos aviões. A mesma retórica, com mais fumo. Facto é que lá aterram e levantam aviões há décadas, e nunca houve chatices.
O IRRITADO não defende nem condena o aeroporto no Montijo, em Alcochete ou noutro sítio qualquer. Quando o inacreditável ministro “resolve” o problema com os pés, tudo voltou a estar em causa, sabe-se lá se por mais umas décadas. O fulano - padrinho da geringonça - outra credibilidade não merece que não seja a de dizer asneiras e a de fazer tudo para chegar ao galarim de patrono da esquerda radical. Desta vez fez asneira da grossa, mas uma asneira adjectiva, num alarde de um poder que não tinha mas queria ter. Depois, saíu da coisa com o rabo entre as pernas, um cãozinho cobarde a quem o dono deu uns berros.
É claro que, como não podia deixar de ser, a solução do Santos dependia de mais um “estudo”, como se não houvesse já dúzias de estrudos, pareceres, opiniões, etc. Por isso, a sua grande decisão não passava de mais uma perna da rã encanada.
Adiante. E agora? Agora, ou nada, ou o governo acaba por aceitar a decisão do abusador: Montijo para daqui a dois anos, Alcochete um dia, para os bisnetos do Costa.
Tudo como dantes, ou pior.
1.7.22