ANESTESIA GERAL
Dizem os jornais que faltam anestesistas em Portugal. Nada de novo. Pelo que se vê, não há nada que não falte no famoso serviço público de saúde. Porque não havia de faltar anestesistas?
Apesar disso, parece que andamos todos anestesiados. Num tempo em que os verdadeiros resultados da geringonça começam a ser por demais evidentes – já nem “paz social” há -, o pagode, diz-se, continua a apoiar Costa e os seus muchachos socratistas. Os sacrossantos sistemas do Estado social metem água por todos os lados. A saúde é o que se vê. A educação está pelas ruas da amargura. O dinheirinho gasto em prebendas aos funcionários provoca buracos por todo o lado. A austeridade não acabou, antes pelo contrário. O famoso crescimento económico é miserável. A produtividade baixa em vez de subir. Os juros da dívida sobem, a dívida também. Os políticos, entretidos com “causas” parvalhonas como a eutanásia e a descentralização, distraem as pessoas. A Europa, era fácil prever, cede a indesejáveis populismos de esquerda e de direita (os primeiros são maus, os segundos são bons, diz o politicamente correcto). A malta não dá por nada. Os verdadeiros problemas, segundo a “informação”, são os do Sporting e os dos empates da selecção. As televisões, que são o anestésico de eleição para a geringonça, cumprem caninamente tal função. Nada foi preparado para os problemas que toda a gente devia saber que vinham aí. O Euro começou a perder valor, o BCE já está a fazer fosquinhas. O Macron não se entende com a Ângela. O Trump faz das suas. O médio oriente acena com mais uns milhões de refugiados. A geringonça arranjou um parceiro, o Franckenstein espanhol. As exportações caem, só falta cair o turismo. Mas a anestesia continua. O tipo que se esperaria ser o chefe da oposição e dizer que o rei vai nu, acha que o rei está bem vestido e anda entretido a arrumar a casa e a arranjar “ideias” para aumentar a despesa e pretextos para dar uns abraços ao Costa. A verdadeira oposição está na própria geringonça, mas é cão que ladra e não morde.
A grande vitória dos nossos dias é a anestesia, com sede na máquina da propaganda, nosso verdadeiro anestésico.
5.6.18