APELO
Enquanto esperamos com ansiedade o resultado do conselho de ministros em curso, haverá que tentar prognosticar o que de lá vai sair. Diga-se que os hábitos governamentais não permitem grandes ilusões. Por um lado, está largamente provado que o Centeno é um forreta, capaz de tudo sacrificar, doa a quem doer, às suas sacrossantas continhas. Por outro, a UE está paralítica, sacrificada à unanimidade e a disparates do género que o tratado de Lisboa se propôs mitigar, mas não mitigou.
Assim, entregues, por um lado, às políticas restritivas da primeira versão da geringonça que a segunda não negou, por outro à falta de decisões supranacionais, acabamos por ver a “generosidade” do governo ficar limitada a uma ridícula injecção de dinheiro na economia, pelos vistos a filha pobre desta crise. O anunciado não consiste propriamente em medidas que permitam olhar o que aí vem com um pouco de sossego. Se compararmos as intenções já anunciadas pelo governo a este respeito com o que se passa na Europa, teremos um sinal claro do que nos espera no pós crise sanitária.
Enfim, aqui fica um apelo ao bom senso governamental, coisa que, do ponto de vista económico/financeiro, não augura nada de bom.
19.3.20