APONTAMENTOS DE TERÇA FEIRA
O Estado vai apropriar-se de 54% do SIRESP, disse o extraordinário Cabrita, sem mais informação. Como a coisa é, ou era, uma PPP, não foi dito qual era a participação do Estado, nem o que o Estado andava por lá a passarinhar. Não se deu satisfações sobre o que muda, nem sobre o que se vai fazer: expropriar, comprar, obrigar os privados a vender, como, por quanto, qual o propósito, porque é que o aumento de poder do Estado põe a coisa a funcionar melhor e como, de que investimento público se trata (compra mais o quê?), ou se trata de atirar areia para os olhos dos portugueses que, na opinião da geringonça, não devem passar de uma chusma de parvos.
O mesmo indivíduo declarou que, por causa dos fogos, é preciso “educar as populações”. Deve tratar-se de educação de adultos. Ou, mais provável, de pôr as culpas para as costas do tal povo, deseducado e estúpido?
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Sem mais nem menos, a ANACOM, uma “reguladora”, veio dizer que descobriu que as centrais de comunicações estavam cheias de lixo, folhas, papéis, pó, terra, etc., razão pela qual, aquando dos fogos, não funcionaram. É caso para perguntar o que anda tal gente a fazer, já que, como confessa o seu presidente, tais centrais nunca foram limpas.
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Apertado por um deputado, Costa disse “se quer que eu peça desculpa, eu peço desculpa”. Acrescentou que “ficava com esse peso na consciência até morrer”. Resta saber o que lhe ficava na consciência: se as toneladas da monumental pessegada de que é culpado, se o facto de ter dobrado a espinha perante o aperto da oposição.
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Santos Silva declarou que, por causa dos acontecimentos na Catalunha, os portugueses que lá vivem não têm, nem vão ter, qualquer sombra de problema. Faz lembrar o Álvaro Cunhal quando, vindo da Ucrânia, declarou que aquilo de Chernobil era um pequeno acidente sem importância nenhuma.
Assim vão as coisas.
24.10.17