AS SANÇÕES DA GERINGONÇA
Segundo pitonisas várias, o IRRITADO enganou-se: vai mesmo haver sanções, sejam elas (diz-se) quais forem: desde “pena suspensa” até uns cortes nos subsídios, mas só, até ver, nada de muito incomodativo. Se acreditarmos nas prosápias do chefe Costa e do camarada Centeno, dada a extraordinária performance orçamental anunciada o primeiro caso fica resolvido a breve prazo. No segundo, resta saber quando e como se efectuam os tais cortes. Se forem já, atrasa-se o vinte/vinte, o que é chato. Se forem à percentagem, podia ser pior. Como já está tudo atrasadíssimo, sabe a chover no molhado.
Importante é olhar a razão invocada pelos sancionadores: o défice de quatro por cento em 2015, o qual, segundo várias opiniões, foi de três. E aqui é que a coisa se torna politicamente interessante. Porque não alega o chefe Costa a tese do três por cento? Porque não lhe interessa: o objectivo é culpar o governo anterior, quando o único fautor do aumento do défice é o actual.
É certo que a Comissão queria ver o caso Banif resolvido depressa. Mas nunca disse que era obrigatório, nem nunca nos encostou à parede por causa disso, como está mais que provado. O governo anterior fez várias propostas de solução, julgo que cinco. O que havia a fazer era negociá-las, ou fabricar outras. Nunca precipitar as coisas. Porque as precipitou o chefe Costa? Porque queria pôr as culpas para o défice de 2015, como é evidente. Ou seja, a geringonça preferia as sanções, desde que pudesse atirar o odioso para cima de terceiros - a Comissão e o governo PSD/CDS. Com uma vantagem adicional: as sanções implicam visitas trimestrais da troica em versão actualizada, o que criará um novo bode expiatório para o caso de não serem cumpridas algumas “palavras dadas”.
Todo o palavreado contra as sanções, da “declaração de guerra” da Catarina à “Pátria ofendida” dos demais, não passa de baixa manobra, bem própria da moral republicana e social/comunista que nos desgraça.
28.6.16