BANDALHEIRAS
Parece que o Ventura bolsou uma galegada qualquer sobre o uso do baton pela dona Matias. É verdade que a dona Matias faz o impossível para dar uns ares que a favorecem ou não segundo o critério de cada um. Mas também é verdade que apreciações do tipo das do Ventura poderiam caber num programa humorístico de mau gosto, mas não deviam fazer parte do argumentário político. Por isso, chamei galegada à “intervenção” do Ventura.
Do outro lado,as reacções à galegada, uma tempestade tão idiota como ela, são sinal evidente do nível a que as coisas estão em termos de opinião. Em cima deste bolo, a dona Gomes põe a cereja: publica um vídeo em que, toda provocante, exibe os seus labiais argumentos com ar de alumeuse, coisa imprópria, sobretudo numa senhora que já tem idade para ter juízo.
O ridículo, o mau gosto, o ódio puro e duro e a bandalheira argumentativa entraram na campanha por quase todos os lados, colocando uma eleição, coisa constitucionalmente considerada séria, ao nível do mais puro pimba.
Não tenho nem a República nem e os seus mais altos representes (enquanto tal) em alta consideração. Mas, que diabo, gostaria que o Ventura e a dona Gomes, bem como os seus ferozes apoiantes, largassem a chinela ao candidatar-se. Pelo contrário, se não tinham chinela, foram comprá-la. Se tinham, exibem-na com toda a competência.
Não tem piada.
15.1.21