BATEMOS NO FUNDO
Era eu miúdo quando, em Cuba, um tal Batista foi derrubado por Fidel Castro. À altura não tinha ideias políticas propriamente ditas, mas lembro-me de ter, romanticamente, admirado a arrancada de Fidel e a sua promessa de liberdade e de justiça. Pela Europa fora, quase não houve quem não se regozijasse com a reviravolta.
Pouco tempo depois, o mundo civilizado assistia a que “liberdade” Fidel se referia: a liberdade dos goulagues, a liberdade soviética, o contrário da liberdade. Fidel traíu tudo o que havia para trair, enganou todos os que na sua “liberdade” acreditaram, fundou um partido comunista pago pela URSS, e nunca mais saíu do poder. Até hoje: depois de morto, continua.
Felizmente com um fim diferente, o mesmo se poderá dizer do Otelo. Entrou na história como um libertador, mas disso nada tinha. Nunca foi um democrata e, depois de ter ajudado a transformar o país numa choldra militar, acabou, com seus sequazes civis e militares, por ser vencido pela resistência popular e política. Ao contrário de Fidel, não vingou. Mas não desistiu. O que não conseguiu como “político”, realizou-o como chefe incontestado de uma organização terrorista de assassinos e ladrões: quase vinte mortos, inúmeros feridos, dezenas de bancos assaltado e de instalações destruídas.
E é este homem unanimemente incensado pela imprensa e pelo poder no Portugal “democrático”. Batemos no fundo.
26.7.21