BEM PENSAR
Terna e suave comunhão de ideias: o insuportável, impossível, impensável e verrinoso profeta do socretinismo e, por extensão, do costismo, Pedro Adão e Silva de seu nome, publica um artigo no “Expresso” de hoje (já são 02,10 de “amanhã”), intitulado SOMOS TODOS LESADOS DO BES; na página seguinte do mesmo jornal, o comunista, recauchutado mas não arrependido, Daniel Oliveira, publica outro artigo sob a epígrafe SEREMOS TODOS LESADOS DO BES.
Algum reaccionário jornalista, ainda no mesmo jornal, dá a seguinte dentada (esta cito de memória, o texto, não o número): BPN VAI CUSTAR 7,8 MIL MILHÕES.
Os dois, um mais, outro menos socialista, irmanados na mesma preocupação com os nossos bolsos, só divergem numa coisa: um diz SOMOS, o outro diz SEREMOS.
De resto, segundo os rapazes, a culpa é do governo, que resolveu não dar colo às exigências de um banqueiro. Para este tipo de gente (que não contrapõe outra solução) seria com certeza melhor nacionalizar o BES ou, pelo menos, dar à respectiva administração uns milhares de milhões, a fim de permitir adiar a grande bronca. A coisa, mutatis mutandis, representaria, proporcionalmente, umas vinte vezes mais que os modestos 7,8 mil milhões que terá custado, ou virá a custar, o BPN. Que importa? Nada. Gastaríamos o cacau, mas o BES passaria a ser “nosso”. Um consolo.
Foi a União Europeia que inventou o esquema utilizado pelo Banco de Portugal para o caso BES. Mas a “culpa” de tão “má” solução é, no caso BES e na certíssima opinião dos dois camaradas, como não podia deixar de ser, do governo. A nacionalização do buraco do BPN, ça va sans dire, foi um golpe de génio desse impune e tão prestigiado ministro Teixeira dos Santos e do seu sábio chefe, ora conhecido por 44.
Assim vai a tão bem informada e informante opinião técnico-política da bempensantice esquerdófila.
19.9.15