BONS CONSELHOS
VOLTA RELVAS, ESTÁS PERDOADO!
Pois é, Relvas, tu tinhas uma licenciatura, obtida com grande esforço de equivalências e outras marteladas, mas devidamente concedida por uma entidade oficialmente credenciada para o efeito. Uma licenciatura a que se pode chamar administrativa. Mas não foram administrativas tantas outras, até de fulanos que chegaram longíssimo na vida, e que ainda por lá andam?
Tu não mentiste. Tinhas o canudo, com assinaturas, selos brancos, carimbos e tudo. Mais tarde – isto da política é uma chatice – o canudo foi considerado “expedito” e sacaram-to à má fila. Caíste do governo abaixo e, em matéria que se visse, deixaste de constar. O defeito nem sequer era teu: candidataste-te às equivalências. Deram-te as equivalências. Se há culpados são os quem tas deram. E tu, meu caro, é que pagaste as favas! Ainda por cima por acção do governo de que fazias parte.
O país está apinhado das mais rebuscadas licenciaturas. É só ler a publicidade das universidades que por aí pastam para se perceber onde a coisa chegou. Centenas de milhar de portugueses são dr., ou eng… até Badajoz, Ayamonte ou Tui. Até o senhor Pinto de Sousa, dito Sócrates, é engenheiro sem que conste que jamais tenha sido admitido na respectiva Ordem.
Não interessa. Facto é que essa malta toda anda para aí à vontadinha e tu, meu caro, te lixaste.
A coisa volta agora à tona, desta vez em versão socialista, isto é, por razões muito mais graves do que as que te conduziram à desgraça. Uns tipos do PS, um a dobrar outros em singelo, ao contrário do que tu fizeste, mentiram, por escrito, preto no branco no jornal oficial. Os respectivos chefes, há quem jure, sabiam da marosca e acharam bem.
Os rapazes deram às de Vila Diogo e, segundo declarou a grande educadora e magnífica líder Catarina, “o assunto está encerrado”. É claro que os grandalhões que coonestaram a aldrabice, esses não se molham, nem sequer se humedecem. Na geringonça, ninguém toca!
Afinal qual é a diferença, esquecida que seja a existente entre a verdade e a mentira? Só uma. É que tu não és da esquerda e os outros são. Estás a ver? É a moral republicana, estúpido!
NÃO DOBRES, Ó DOMINGUES!
Alcateias das mais diversas origens e convicções regougam por aí sobre a tua sacrossanta obrigação de declarar ao Tribunal Constitucional os teus bens, móveis e imóveis, as jóias da patroa, as bicicletas dos miúdos, o diabo a quatro. Tu, que és um chato, dizes não estar para aí virado.
Ninguém sabe dizer ao certo se és, ou não, a tal obrigado. Mas toda a gente sabe que o Centeno te disse que não eras, e que foi nessa condição que te dispuseste a deixar a relativa paz do BPI para te meteres na barafunda da CGD.
Também toda a gente sabe que o Centeno confirma o acordo, que o sapo dos Açores desconfirma e que o chamado primeiro-ministro sacode a água do capote. Estás a ver onde te meteste? Com quem te meteste?
É certo que não andas à vontade no meio desta gente, que já meteste a pata na poça uma data de vezes, que ainda tens muito que aprender.
Mas, nesta do TC, estou contigo. Não te dispas! Não dobres a espinha. E, se te quiserem obrigar a fazê-lo, bate-lhes com a porta na cara antes que te comam vivo.
30.10.16