CALAMIDADES
Ele há coisas muito difíceis de perceber.
Houve chuva e cheias em Albufeira. Ficou tudo escavacado. Foi lá o ministro que trata destas coisas. Fez umas considerações “divinas” que muito irritaram os ultra-laicos da moda. É o menos. Realisticamente, o tal ministro deu uns conselhos de elementar bom senso e anglo-saxónica inspiração: rapazes, vejam mas é se fazem seguros que cubram os riscos dos acts of God.
Dois dias depois, e muito bem, o mesmo ministro informou a plebe: em 48 horas, arranjei o dinheiro necessário para a reconstrução. Parabéns.
Hoje, os jornais anunciam que o tal dinheiro vai ser entregue prioritariamente a quem não tem seguro. Então, senhor ministro, em que ficamos? O senhor quer que a malta faça seguros, depois premeia, com o nosso dinheiro, quem os não faz? Já viu o raciocínio que está a provocar aos chicos espertos, de Albufeira em particular e do país em geral? Para que é que eu vou gastar dinheiro em seguros, se, havendo azar, recebo o taco na mesma, e até antes dos que vão ter uns meses de luta com as companhias de seguros, entidades que, como toda a gente sabe, detestam pagar seja o que for e sempre o mais tarde que puderem?
Se o dinheiro do Estado for para a recuperação de infraestruturas, de ruas, de canalizações, etc., compreende-se. Mas que seja, antes de mais, para quem não tem seguro? Senhor ministro, haja propósitos. Premiar os irresponsáveis e desprezar os outros?
6.11.15