CAMPANHA ELEITORAL
Quem tivesse dúvidas, ficou esclarecido com o espantoso discurso de apresentação do orçamento feito pelo chamado primeiro-ministro: esclarecido e ameaçado.
O senhor Costa sacrifica (já sacrificou) a credibilidade do país em tudo quanto é sítio, no FMI, na UE, no BCE, na UTAO, na dona Teodora, nas agências de rating. Não há uma só instância, nacional ou estrangeira, que não tenha a certeza que “isto” vai dar para o torto. Não húma só alma, minimamente informada, que ainda tenha alguma confiança no nosso futuro. Acresce que o ambiente é de chumbo: o euro está em crise, a Europa vacila, o Reino Unido prepara-se para causar os maiores problemas, os juros sobem e, no meio disto tudo, a coisa que, em Portugal, diz que é governo, avança triunfalemente para juntar a esta missa negra o seu inestimável contributo.
Perguntar-se-á porquê. É simples. Farto de perder eleições, Costa quer aproveitar a geringonça para fazer passar uma onda de benesses. Sabe que as “reversões” vão acabar por lhe cair em cima. Antes que tal aconteça, haverá que provocar eleições, isto é, a única hipótese de as ganhar será se elas tiverem lugar enquanto os incautos andarem iludidos com o “fim da austeridade”. Enquanto isso, acabará com a geringonça e far-se-á ao caminho para a maioria absoluta.
É o que se chama tratar as pessoas sem dó nem piedade, aplicar receitas que as vão pôr a pão e laranjas mas que, enquanto a bomba não rebenta, dão votos.
O orçamento é o primeiro passo de uma campanha eleitoral. Nada mais que isso. Pobres de nós.
22.2.16