CANALHICES
Não há quem não saiba que o senhor Costa, no uso da mais completa desonestidade, afirmou que tinha sido Passos Coelho a pedir ajuda externa. As pessoas perceberam a mentira, aliás já diversas vezes ensaiada pelo 44, mas nunca tão descadamente vomitada.
Há outros da mesma laia. Olhem a manchete do jornal costista chamado Público:
Carta de Passos Coelho a Sócrates em 2011 apoia vinda da troika
Como se vê, o dito jornal vem relançar a questão, com a subtileza do elefante na loja de cristais. Uma boa demonstração do que é pornografia mental, destinada a consumo das pessoas – a maior parte delas - que só lêem primeiras páginas, não passando da tabacaria. Tais pessoas, ao ler, fazem hummm... afinal o Costa tinha alguma razão! Não tinha. Como, aliás, se pode ler e concluir via numa carta confidencial - trocada entre duas pessoas (Passos e chefe do Costa) - ora evidentemente “desconfidencializada” pelo Largo do Rato e publicada numa página interior do "Público", diário do PS e da demais esquerda,
Tal carta fala por si. Leiam. É de uma urbanidade, de uma lealdade, de uma curialidade, de um sentido de Estado próprios de um político que se preza e nos preza. Passos mais não faz que dizer que, a partir das informações de quem conhece a situação financeira do país, se a solução tiver que ser a ajuda externa e se o governo (do PS) a pedir, ele e o PSD estão na disposição de vir a aceitar e a colaborar na obtenção de tal ajuda. Passos fala da situação do país sem por uma só vez lançar críticas ao PS ou ao seu governo. Um docmento notável, a dizer que, sendo de interesse nacional, estará disposto a apoiar a solução. Obra responsável, de um cavalheiro, de um patriota.
Dizem que, para haver um gentlemen’s agreement, é preciso haver dois gentlemen. Nisto, até Pinto de Sousa, calcule-se, conseguiu ser cavalheiro. Ao mandar a carta para os jornais, Costa veio mostrar que, ao contrário do que o IRRITADO tem dito, não é igual ao da Rua Abade Faria. É pior.
16.9.15